"o resto é mar. é tudo o que eu não sei contar..."
10 junho 2014
Ela escondia o rosto entre as mãos, para chorar.
Não soluçava.
Esfregava bem os olhos com os nós do dedo indicador
e sorria para quem estivesse ao lado:
"É tanta poeira!"
Um coração dilacerado pela solidão dos abraços vãos,
dos beijos jogados ao vento, desperdiçados pelas faces vis.
Ela escondia o rosto entre as mãos, para chorar.
E soluçava ao se perceber sozinha.
No à vontade de sua sozinhez
era bom contemplar o nó na garganta se desfazendo,
o rosto lavado com água e sal,
os olhos vermelhos, a pupila dilatada.
Ela chorava e se sentia bem.
Até quando chorar seria parte dela?
Até quando não chorar chegaria a ser opção?
Até quando?
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