enquanto vida eu tiver em minhas veias
flores e cactos viverão lado a lado.
não há porquês nem senões a justificar
a distância entre o que fere e o perfume.
a mesma gota d'água os molhará e os reviverá na seca.
no calor, abrandará as ondas de chama a cada hora.
ambos far-se-ão companhia, encostados no muro,
pressionado por pedras por todos os lado.
eles se suportarão: flores e cactos.
como irmãos. como amantes que se amam sem certeza,
sem sonhos futuros, sem se dar conta de que se completam,
de que precisam um do outro. e de que já vivem
sem dor, acostumados com o espaço pequeno para desenvolverem
suas particularidades e manias e trejeitos e tiques.
flores e cactos, então, serão um só, compondo a singela
paisagem do meu jardim.
Um comentário:
Gosto de todos os teus textos, mas esse aqui, francamente!
Está ótimo²³!
Tens minha admiração...forever!
Sou sua fã, mestra!
Bjo
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