"o resto é mar. é tudo o que eu não sei contar..."

17 fevereiro 2010

desejo e mais outras coisas

ainda guardo aquele bilhete que você me deu quando viajamos juntos pela primeira vez. nele, você falava de vontade, desejo, tempo, coragem... e pedia desculpas - a única linha turva no meu entendimento.
deveríamos ter percorrido os velhos campos amenos e ainda verdes do amor adormecido? deveríamos, naquele instante, não ter dado vazão à razão que dominou meus gestos e os teus? deveríamos, naquela noite, ter fechado os olhos a tudo o que não fosse nosso e, nessa cegueira, ter posto nossa sanidade em prova?
não sei. minha veia pragmática de agora pouco se perdeu e eu não tenho mais os rumos a dar aos meus pés. aquele bilhete, amarrotado, num papel rasgado de improviso, no calor das tuas mãos, ainda dorme entre meus dedos amedrontados diante da possibilidade daquela felicidade tão sonhada por muitos e tão presente em nossas vidas naquele breve momento, naquela noite.
eu, M., tenho tido bons sonhos desde quando voltamos a conversar e a por em prática, embora aos poucos, os sentimentos contidos naquele bilhete. hoje, depois dessa tragicômica conversa na web, não sei mais o que pensar. não deito para não dormir e não sonhar. escrevo, sabendo que você lê em silêncio (ou terá sido apenas mais uma interpretação que me absolve de minhas culpas??), na esperança de minhas palavras irem ao encontro do seu coração.
mas tudo isso não passa de literatura. e leio agora, nesse momento, sua última pergunta, roubada também de improviso, no bilhete: "Quem roubou nossa coragem?"

Um comentário:

Anônimo disse...

Coragem ... acho que näo se rouba, se tem ou näO! E é tudo täo täo perigos, She! Conhecer as pessoas e viver histórias ... täo perigoso ...