"o resto é mar. é tudo o que eu não sei contar..."

17 fevereiro 2010

Do fundo do meu coração



valendo-me de terminologias linguísticas sobre as diversas funções da linguagem, começarei o post expondo a função poética. esta afirma que a linguagem apresenta-se em seu estado poético quando as palavras (ou quaisquer que sejam os instrumentos de dada linguagem) estão dispostas de modo a causar estranhamento naquele que as observa, as contempla. uma organização não usual, incomum e que gerasse maravilhamento no observador proporcionaria essa aura poética às palavras.
continuando no pragmatismo linguístico, a função emotiva da linguagem, por sua vez, seria aquela que expressasse em sua completude os sentimentos e/ou pensamentos de quem escreve, acentuando o uso dos verbos e dos pronomes em primeira pessoa. A mensagem não teria o foco em si mesma, como na poesia, mas sim nas impressões daquele que produziu a mensagem, seja ela de que conotação for: raiva, dor, tristeza, amor, alegria, paixão, indiferença...
Bom. Essas poucas palavras, talvez equivocadas, eu usei para apresentar (maneira de falar, por que todos já ouviram/leram essa música) a famosa canção de Roberto Carlos, título do post.
devo dizer que, inicialmente, ela proporciona um entendimento bem mais emotivo que poético, dada a carga sentimental muito forte e o trabalho com as palavras ser mediano. mas é aí onde a linguística, como ciência, não consegue chegar: a poesia não está explícita na letra, mas implícita na vivência (fingida ou não, como confundiria Pessoa) do eu poético que sofre na canção. vida não é dor?
dor e vida são matérias clássicas na poesia. Roberto Carlos apenas engrossou o caldo das autoridades no quesito dor de cotovelo.
E quem não tem cotovelo para doer?

Eu, cada vez que vi você chegar,
Me fazer sorrir e me deixar
Decidido, eu disse nunca mais
Mas, novamente estúpido provei
Desse doce amargo quando eu sei
Cada volta sua o que me faz.

Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor tratado assim
Mas, basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca mais pra mim.

Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
E sei que vou chorar a mesma dor

Agora eu tenho que saber
O que é viver sem você

Eu, toda vez que vi você voltar,
Eu pensei que fosse pra ficar
E mais uma vez falei que 'sim'
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

Mais uma vez aqui
Olhando as cicatrizes desse amor
Eu vou ficar aqui
E sei que vou chorar a mesma dor

Se você me perguntar se ainda é seu
Todo o meu amor, eu sei que eu
Certamente vou dizer que 'sim'
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

Um comentário:

João Araújo disse...

OI SHE,
VOCÊ CADA ESCREVENDO MELHOR,
BOM DEMAIS!!
OLHA, AMO ESSA MÚSICA. NÃO LEMBRO QUANTAS VEZES A CANTAROLEI DE MADRUGADA DEPOIS DE SAIR DE UM BARZINHO, COM DOR DE COTOVELO OU FINFINDO UMA DOR DEVERAS SENTIA RSS