"o resto é mar. é tudo o que eu não sei contar..."

11 outubro 2010

danço eu, dança você na dança da solidão

se não nascer em mim a compreensão do outro, onde ela nascerá?
eu, humana, não devo ouvir o outro, meu semelhante?
eu, racional e esclarecida, poderia fechar meus olhos para os mendigos nas calçadas?
eu, atenta e sensível, nem imagino a dor alheia e já digo que sofro
que choro
que sou incompreendida.
reclamo de tudo e mais um pouco: se chove, quero sol; se faz sol, bendigo a chuva. se ganho, não era exatamente aquilo; se perco, o mundo está contra mim.
não tenho amigos. nem a mim mesmo faço companhia.
alguém já disse: "o mal do século é a solidão".
mas antes, alguém já havia universalizado: "desilusão, desilusão... danço eu, dança você na dança da solidão..."

no século XXI, isso se chama caos: todos falam, ninguém escuta. todos olham, ninguém vê.

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