"o resto é mar. é tudo o que eu não sei contar..."

16 março 2011

quando bebo da água renovada que brota de teus olhos
não sinto o sal entranhado em sua substância,
sinto apenas a quentura que nasce do teu corpo
e nela construo minha casa, meu lar.

tiro meus sapatos e deito em tua cama,
confortado pelo calor que do teu corpo surge.
algo de imenso cresce em meu peito e sinto
cada vez mais perto de mim teu amplo amor

por coisas sem explicação e pessoas loucas.
tua sina: amar o perdido. o esquecido.
parece ser mais vivo sofrer, parece ser mais quente
se deixar estar e se deixar levar, assim tão imprudentemente.

te dou a chave do meu mundo para que faças tua casa
em mim, no meu peito ainda fraco de menino.
te dou meus mais longos olhares, minha mão mais suave,
pela quentura de uma lágrima tua caindo em minha face.

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