"o resto é mar. é tudo o que eu não sei contar..."

03 abril 2011

na penumbra

na penumbra,
negro olho iluminava
o breu da dúvida.
arfar ligeiro
vibrava o peito
na única noite
daquelas duas almas.
paralelas cruzavam-se,
como a música
um dia soou aos ouvidos.
minutos caindo lentos
na noite, pingando
no telhado improvisado
que os abrigava.
dois. apenas. sós. unidos.
sem passado, sem por vir.
na penumbra,
o que era certo foi sentido.
os sentidos certificavam.
as mãos se conheciam
e permitiam-se intimamente.
como se soubessem do adeus,
as mãos guardaram
e amaram o perfume recendido
na penumbra daquela única noite
que caiu sobre as duas almas.

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